quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Dias escuros....

Dia 3

 Samuel não era de falar muito, sempre calado, não mostrava ser uma pessoa sentimental.Até conseguia imaginar o motivo, essa estrada era muito solitária, se apegar a alguém era demonstrar fraqueza e isso era tudo que 'eles' precisavam, apenas um sinal de fraqueza ou desespero. 

 Pegamos então um carro que se encontrava nos fundos da casa onde estávamos,um Maveric vermelho, impecável, pintura nova,o brilho das rodas era tão intenso que machucava os olhos, muito tempo havia sido gasto com aquele carro. 

Ele se dirigiu até o porta malas, quando abriu tive ma surpresa, o mesmo estava cheio de armas e símbolos estranhos, mais tarde ele eu saberia o motivo daquilo tudo. 

Ele então pegou um pequeno caderno,todo surrado e castigado pelo tempo, olhou algumas páginas como quem busca um endereço há muito perdido e então o fechou e fechou também o porta malas. Disse que havia muito a se fazer e que apenas um lugar seria seguro no momento,fiquei observando sem pronunciar uma única palavra, então ele ligou o carro e pegamos assim a auto estrada. 

 Ele dirigiu todo o tempo com a cara fechada, sem pronunciar uma palavra sequer, a única coisa que se ouvia era o toca fitas do carro, tocava uma música do Greatfull Dead, muito boa por sinal.
Se passaram algumas horas e então ele resolveu para em um posto de gasolina, descemos,enquanto eu colocava combustível ele foi até a loja de conveniência, afinal, já fazia um certo tempo que a gente não comia nada. Alguns minutos se passaram e então ouvi um tiro, ele corria em direção ao carro dizendo para entrar logo, atrás dele pude ver um homem,provavelmente o frentista, mas ele já estava possuído. 

Entrei o mais rápido que consegui, ele saltara por cima do capô do carro e entrou, uma agilidade que só se via em gatos. Logo ele deu partida e estávamos novamente na estrada, uma explosão acontece atrás da gente,olho no retrovisor e vejo o posto em chamas,''eles sabem pra onde estamos indo'' disse Samuel com um tom de desespero. Será que realmente fiz certo ao procurar esse cara?

 Essa era a pergunta que não conseguia tirar da minha cabeça, não sabia se estava certo ou não, mas se não fosse por ele, com certeza eu já estaria morto ou coisa pior. Resolvi que seguiria com ele até saber exatamente como fazer para recuperar minha alma e depois trilharia meu próprio caminho.




terça-feira, 21 de outubro de 2014

Dia 2

Após todos aqueles acontecimentos, adentrei uma mata que se escondia atrás da igreja, caminhei por várias horas, até que finalmente encontrei uma estrada.

A estrada era bem antiga, cercada pela mata alta, o único som que se ouvia era o som da noite, o vento murmurando baixinho, o som das corujas que observavam minha cara de espanto.

Olhei para trás só para confirmar que não estava sendo seguido, mal conseguia enxergar, uma vez que a única fonte de luz que me guiara era a lua.

Quanto voltei a olhar para frente, senti algo bater em minha perna, me assustei o logo estava caído no chão, um galho seco de uma árvore grande e velha me passara uma uma rasteira que me fizera cair como uma pedra atirada ao lago.

Estava prestes a me levantar quando de repente,uma figura surge em minha frente, não conseguia ver seu rosto, mas era muito alto e me parecia ser muito forte. Quando decidi falar alguma coisa uma dor estridente afetou minha face, apaguei.

Ao acordar, não conseguia movimentar meus braços e pernas, ainda sentia minha cabeça latejar de dor e não fazia a menor ideia de onde eu estava. Logo percebi que estava amarrado em uma cadeira, semelhante a cadeira que encontrara na igreja, sob meus pés estava o mesmo símbolo, uma estrela dentro de um círculo. Ao olhar para minha frente, pude ver o rosto do que talvez seria meu agressor, um homem alto, cabelos curtos e mal penteados,seu semblante pesado mostrava que ele já havia passado por muita coisa. 

Vestia uma jaqueta de couro parda, calças jeans simples e uma camisa preta por baixo da jaqueta.

Ele começou a me fazer perguntas, achava que eu fosse um demônio ou outras criaturas que nem mesmo sabia que existia. Apanhei muito e demorei muito tempo para fazê-lo acreditar na minha história. quando finalmente acreditou em mim, me soltou e me jogou um pano para limpara o sangue que escorria do meu rosto. Seu nome era Winchester, finalmente encontrei a pessoa que procurava, não gostaria de ter o encontrado dessa forma, mas ali estava ele e agora eu acreditava que poderia me salvar, só não sabia como.





domingo, 12 de outubro de 2014

Respostas

1° Dia

Obviamente fiz a coisa mais lógica, fui até a igreja para falar com o padre Thompson sobre
o que me havia acontecido. Após ouvir toda minha história sem soltar uma única palavra,
ele se levantou e pediu para que eu o acompanhasse, nos dirigimos então para uma porta
que havia atrás do altar, porta essa que eu nunca havia reparado.
 Entramos em um longo corredor, a única luz que conseguia enxergar era da tocha que o padre
pegara na entrada.
 Enquanto caminhávamos, ele me contara que os demônios realmente caminhavam por entra a gente
e que se eu realmente tivesse feito um trato com uma criatura desse tipo,seria quase impossível me livrar, afinal,apenas uma arma no mundo tinha o poder para matar um demônio e a mesma estava
desaparecida a tanto tempo que já havia se tornado lenda.
Fiquei pensando em tudo o que me era dito, ''será que realmente irei morrer e sofrer pela eternidade?''
O padre parou e começou a procurar por uma chave que se perdia no meio de tantas outras que caíam
de uma argola que estava presa em sua cintura. Nesse momento, uma corrente de ar passou pelo longo corredor, o padre se assustou e se apressou em procurar a chave. Uma risada ecoou pelo corredor, o padre então pediu para que eu me afastasse me puxando para trás do seu corpo.
Me entregou a chave que abriria a porta e disse para eu procurar por uma pessoa chamada Winchester, Samuel Winchester, pois ele saberia como me ajudar. Então começou a recitar umas palavras estranhas,ao meu ver,aquilo era latim, mas não tinha certeza.
Passei pela porta e encontrei algo que jamais esperaria encontrar em uma igreja,um simbolo na forma de uma estrela dentro de um círculo, sobre o simbolo, uma cadeira de ferro com algumas correntes, como se fosse pra prender alguém. Em um canto havia uma mesa ocupada apenas por uma faca estranha e um livro velho.
Peguei os dois e me apressei para sair pela porta que se encontrava no fundo da sala, ao passar pela cadeira, a porta pela qual eu havia entrado bateu atrás de mim e por ela passou uma pessoa que eu nunca havia visto, ele sorria de uma maneira assustadora, era magro, cabelos espetados e negros da cor de suas vestes, sua pele era branca coberta por tatuagens que não compreendi e seus olhos estavam negros. Quando percebi que se tratava de outro demônio, corri como nunca havia corrido antes. Me perguntava o que havia com o coitado do padre Thompson, mas não tinha tempo para isso, a partir dali tinha que encontrar esse tal de Winchester e talvez assim salvar a minha alma.


segunda-feira, 3 de março de 2014

O demônio e eu

Passado alguns meses, eu realmente estava fazendo um certo sucesso. Minhas músicas e habilidades haviam melhorado bastante, mas algo estava muito errado, eu tinha pesadelos constantes, não conseguia dormir e tudo que pensava era naquela mulher.
Comecei então a investigar para ver se conseguia descobrir algo sobre ela, seu nome era Regan e morava perto daquele velho bar, decidi então ir até sua casa para descobrir o que estava acontecendo comigo e o que realmente ela tinha feito. Ao chegar no endereço que havia descoberto, tive uma enorme surpresa, a casa estava em ruínas, parecia que havia sido abandonada à alguns anos.
Entrei pela porta da frente que se encontrava entreaberta, o lugar parecia ser bem bonito em sua época de ouro, mas agora só se encontrava paredes velhas e móveis castigados pelo tempo. Senti um frio que subia pela minha espinha e arrepiava os cabelos de minha nuca, eu não estava mais sozinho. Olhei para trás e lá estava ela, com o mesmo vestido vermelho que me chamara tanta atenção. Ela sorriu e me perguntou se eu estava procurando por ela, minhas pernas estremeceram, como ela poderia saber?
 Então reunindo todo o resto de coragem que ainda habitava meu corpo, respondi que sim e que  tinha perguntas das quais queria respostas, nesse momento os seus olhos ficaram negros novamente, e antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa ela disse a palavra que me fez pensar em tudo que havia a ignorado nos domingos de missa em que tudo que eu fazia era apenas flertar com a mulher do Billy, dono do bar em que tocava minhas músicas, ela disse ''Demônio''.
 Eu então caí sentado no chão, como se tivesse acabado de levar um tiro no peito, ela continuou, disse que estão sempre entre nós, se alimentando de nossos desejos mais sórdidos, nosso pecados e por causa disso ela havia me procurado, afinal não ou nenhum santo. Ela disse ainda que eu tinha feito um pacto com ela naquela noite e que minha alma seria sua dentro do prazo de dez anos, mas agora a parte mais estranha, ela disse que eu poderia mata-la e matar todas as outras ''coisas'' que viriam atrás de mim, mas eu teria que descobrir como e sozinho. Quando indaguei o porque de ela me contar isso ela simplesmente respondeu ''porque eu gosto de jogos'' e a partir daquele momento o jogo havia começado, o prêmio? nada mais nada menos do que a minha alma e subitamente ela desapareceu.
 Fiquei ali por horas, pensando em tudo o que acontecera até que decidi o que deveria fazer, eu entrei nessa sozinho e assim eu deveria sair, assim começava minha busca por conhecimento e respostas.


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O começo...

...e enquanto eu tocava meu violão, aquele cheiro veio em minhas narinas. Era um odor horrível, me lembrava ovos podres, talvez enxofre, mas logo tudo foi deixado de lado, pois naquele momento eu à vi.
Ela era linda, cabelos negros como a noite, um sorriso de menina em um corpo de mulher, ela trajava um vestido vermelho, o mesmo tom de vermelho do seu batom. Ela me olhava fixamente, por um momento fiquei até sem graça mas não conseguia escapar de seu olhos, talvez fosse a luz ou os copos de whisky que eu havia tomado mais cedo, mas podia jurar que por um instante, os olhos dela que eram de um azul tão claro como o céu se transformara em um negro, mas não foi apenas sua retina, foi todo seu olho, como se no lugar deles houvesse um enorme buraco negro, um nada.
 Ao acabar minha última música, eu me levantei e quis ir ao seu encontro, mas em algum momento, não sei qual, ela havia saído. Me dirigi até a porta do pequeno bar onde eu estava tocando e a vi seguindo pela estrada de terra, no meio da noite escura e fria, então ela parou no cruzamento e começou a me olhar novamente. Fui ao seu encontro e ela sorriu, disse que poderia me dar tudo o que quisesse, então eu disse  que desejava uma mulher linda como ela, ainda sorrindo ela disse pra eu pedir o que eu realmente queria, parei por um segundo e então pedi para que eu fosse o mais habilidoso músico de todos os tempos, afinal nunca fui um bom músico, o dono do bar só me deixa tocar aqui por que é meu amigo.
 Ela disse que assim seria feito e que não me custaria nada demais, que depois de dez anos ela voltaria e me pediria algo em troca, eu concordei, então ela se aproximou colocou sua mão em minha nuca e puxou para um beijo, este que foi o beijo mais importante de minha vida, pois ele marcava o nascimento de uma lenda e ao mesmo tempo o fim da minha vida.
 Logo após me beijar, ela pegou meu violão e o afinou um tom abaixo, disse que já estava feito e subitamente desapareceu. Meu nome, você deve estar se perguntando, desculpe - me por não me apresentar, me chamo Robert Johnson e é aqui que começa minha jornada.